“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

0
Muitas emoções nas duas últimas semanas por aqui.
Na sexta-feira da semana retrasada, dei minha primeira palestra com o tema Paralisia Cerebral, diagnóstico da minha Camila.
Cerca de dois meses atrás, fui convidada pela professora Priscila, professora de Pedagogia na disciplina de Educação Inclusiva para contar um pouco da nossa vivência na Faculdade FAE, em Curitiba.
Que experiência única!
Que incrível que foi!!!!
Pedi tanto a Deus que ao menos uma frase do que eu tenha dito, possa fazer a diferença na vida de futuros profissionais que tem o dom de ensinar.
Fui dormir EXTREMAMENTE feliz e agradecida.
Poder falar de como são os filhos especiais, pra mim é um privilegio, uma oportunidade de mostrar que podemos ser felizes mesmo com tanta diversidade, com tantas lutas.
Agradeço a Deus pela vida que tenho, do jeitinho que ela é, por hoje poder entender seus planos e desígnios. Por sempre ter aceito a minha filha do jeito que ela veio e entender que tudo é um aprendizado e crescimento.


Passada uma semana, mais emoções a vista.
Minha amigaça/mana/cumadi Haona nos convidou para passarmos o final de semana em São Francisco, no litoral Norte do estado de Santa Catarina.
Ficamos na Praia do Forte, mais exatamente no Forte Marechal Luz.
Os mais próximos sabem da minha paixão por antiguidades e por historia, logo, imaginei que muita coisa boa viria num final de semana.
O nome é uma homenagem ao Marechal Francisco Carlos da Luz (1830-1906), militar da época imperial e início da República.
A história do local tem origem no início do século dezoito, quando os portugueses instalaram na ilha em posição dominante no topo do chamado morro do forte, a primeira bateria de artilharia para defender a entrada de invasores estrangeiros.


A atual fortificação foi erguida, a partir de 1909, sobre o local da primitiva bateria, com a mesma função de defesa do ancoradouro. O forte foi inaugurado em 21 de dezembro de 1915 e desativado por Decreto de agosto de 1954.
Atualmente esta bateria é palco da cerimônia de troca da Bandeira nacional, todos os Sábados às 08:00 hrs, efetuada pela guarnição de serviço em uniformes de época, quando é feito o disparo de uma salva de canhão.


Esta Bateria de Artilharia de Costa, artilhada com quatro canhões, apresenta planta semelhante à do Forte Marechal Hermes, em Macaé, no litoral do Rio de Janeiro, que lhe é contemporânea.
As crianças se divertiram muito na praia e com a história do local.

Após a desativação final em 1976, as instalações destinadas aos alojamentos de soldados e oficiais foram convertidas em uma colônia de férias para as forças armadas. Atualmente os alojamentos e salão de eventos também são alugadas, sendo que o Forte se converteu em importante atrativo turístico da Ilha de São Francisco do Sul, especialmente durante a temporada de verão.

A visitação à antiga fortificação no alto do morro é aberta ao público durante o ano todo, sete dias por semana, mas somente durante o dia. O acesso ao alto do morro é feito por uma estrada em boas condições, com bom tempo pode ser transitada por veículos de passeio.
Há além dos antigos canhões um pequeno museu militar no alto do morro. Este museu conta com inúmeras peças e fotos ligadas à história do lugar.
Camila foi ao museu junto com os irmãos e as amiguinhas. Todos muito solícitos com ela.





Foi incrível poder levar nossa  Camila lá no alto do morro, poder proporcionar a ela mesmo com suas limitações, a alegria de fazer algo novo e diferente. Onde estamos, ela está. Onde estaremos, ela estará.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

1
Como eu disse lá no meu Facebook, hoje uma chama se acendeu dentro de mim.
Fui buscar a Monique mais cedo na escola e lá a tia Regina, uma professora do CEMEI me chamou e me perguntou se tudo que escrevo no meu perfil sai da minha cabeça...
Respondi a ela que sim. Que no escrever o que sinto, em linhas e nas palavras encontro minha paz. Ela me perguntou o porque não escrevo um livro.
Quem dera... e queria mesmo... Falei a ela que tenho um blog onde eu sempre escrevia, onde compartilhava do nosso dia a dia, onde eu contava muitas das historias que vivemos e das pessoas que cruzavam nosso caminho.
E falei isso envergonhada, pois o bloguinho estava abandonado a muito tempo. Desde que a Monique nasceu, dei um tempo nele. Vida corrida, mãe de três filhos, decidi colocar ele na geladeira por um tempo.
Nossas vidas mudaram neste tempo que fiquei ausente do blog.
Saí do Boticário em dezembro de 2009.
Foi um tempo muito bom enquanto estive lá. Sempre digo que tudo o que conseguimos em relação a todos os procedimentos que Camilinha teve que fazer, não deixaria jamais de agradecer a toda a ajuda dessa empresa que nunca nos desamparou e acolheu por tantos anos.
Mas eu já estava cansada daquela rotina de todo dia sair e deixar minha filha passando o dia com babás ou cuidadoras. Eu precisava trabalhar sim, mas ela também precisava muito da minha presença e cuidados. Chegamos a conclusão de que estava trabalhando para pagar alguém para cuidar dela e isso estava errado.
Resolvi arriscar no ramo de festas e foi tudo maravilhoso enquanto durou... Comprei um lote de peças e moveis decorativos de uma mãe especial de Santos e trabalhei por dois anos.
Mas ainda não era o que eu queria... era bom, mas eu sentia que não era isso.
Este ano, em janeiro, perdemos nossa linda Mariana. Eu estava viajando para seu velório em Ponta Grossa, aqui no Paraná, quando dentro do ônibus eu senti algo muito forte me dizendo que minha vida estava voltando a ser cinza e eu não deveria deixar isso acontecer. Tenho certeza que foi Deus que me colocou no coração e na minha vida, a arte de esmaltar.
De Técnica em Química, me tornei manicure e digo a vocês que ou uma das coisas mais maravilhosas que aconteceram nestes últimos anos. Qualquer dia faço um post falando sobre isso e como foi bom poder mudar radicalmente, além de trabalhar em casa, eu posso conciliar horários e ainda eu mesma cuidar das crianças, principalmente da Camila.
Bom... depois de muito tempo sem escrever, hoje não vou me empolgar... vamos deixar para a cada dia contar algo novo. E por falar em novo, lógico que neste tempo conhecemos muita gente nova e sei que muita gente vai passar por aqui para conhecer um pouco mais da nossa realidade.
Vou compartilhar um texto que acho lindo... que explica mais ou menos como tudo começou.
Uma fábula de Emily Pearl Kingsley, escrita em 1987.

Uma linda fábula para ajudar pais e professores melhor acolherem e compreenderem seus filhos diferentes.


               BEM-VINDO A HOLANDA

“Quando você vai ter um bebê, é como planejar uma fabulosa viagem de férias – para a Itália. Você compra uma penca de guias de viagem e faz planos maravilhosos. O Coliseu, o Davi, de Michelangelo. As gôndolas de Veneza. Você pode aprender algumas frases úteis em italiano. É tudo muito empolgante.
Após meses de ansiosa expectativa, finalmente chega o dia. Você arruma suas malas e parte. Várias horas depois, o avião aterrissa. A comissária de bordo diz: “Bem-vindos à Holanda”
“Holanda? Como assim Holanda? Eu escolhi a Itália. Deveria estar na Itália. Toda minha vida sonhei em ir para a Itália”.
Mas houve uma mudança no plano de voo. Eles aterrissaram na Holanda e lá você deve ficar.
O mais importante é que não levaram você para um lugar horrível, repulsivo, imundo, cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.
Então você precisa sair e comprar novos guias de viagem. E deve aprender todo um novo idioma. E vai conhecer todo um novo grupo de pessoas que você nunca teria conhecido.
É apenas um lugar diferente. Tem um ritmo mais lento do que a Itália é menos vistosa que a Itália. Mas depois de estar lá por algum tempo e respirar fundo, você olha ao redor… E começa a perceber que a Holanda tem moinhos de vento… E tem tulipas. A Holanda tem até Rembrandts.
Mas todo mundo que você conhece está ocupado indo e voltando da Itália… E todos se gabam de quão maravilhoso foram os momentos que lá passaram. E pelo resto de sua vida você vai dizer: “Sim, era para onde eu deveria ter ido. É o que eu tinha planejado”.
E a dor que isso causa não irá embora nunca mais… Porque a perda desse sonho é uma perda extremamente significativa.
Porem… Se passar a vida lamentando o fato de não ter chegado à Itália, você nunca estará livre para aproveitar as coisas muito especiais, as coisas adoráveis… Da Holanda”.