“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

terça-feira, 23 de outubro de 2012

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Cura Real

Por aqui, graças a Deus anda tudo muito bem, obrigada.
Camilinha está muito tranquila e estamos vivendo uma fase tão boa, sem novidades, mas uma ase gostosa.
Sinto só por muitas vezes não ter muitas novidades para poder compartilhar com as pessoas queridas que nos seguem aqui no blog.
Mas sintam-se abraçados  por nós e saibam que não esqueci do blog não...
Apenas ando meio corrida com trabalho e meus estudos, e não gosto de escrever qualquer coisa, então prefiro passar quando estou BEM inspirada!
Hoje vou compartilhar uma linda mensagem que vi no facebook da amiga Roberta Porfirio.
Um beijo, meu e da Cá!



Cura Real.

Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta.

A cura real somente acontece do interior para o exterior...

Sim, diga a seu médico que vc tem dor no peito, mas diga também que sua dor é de tristeza, é dor de angústia;


Conte a seu médico que vc tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.

Relate que vc tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer também que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.

Mencione que vc sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.

Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em sí o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoismo.

Não querem mudar de vida.

Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma simples mágoa.

Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.

Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.

Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.

Suplicam auxílio para os problemas de tireóide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.

Imploram a cura de um nódulo de mama, todavia, insistem em manter bloqueada a ternura e a afetividade por conta das feridas emocionais do passado.

Clamam pela intercessão divina, porém permanecem surdos aos gritos de socorro que partem de pessoas muito próximas de si mesmos.

O corpo nos fala através de mil modos: a enfermidade é um deles e por certo, o principal recado que lhe chega da sabedoria divina é que está faltando mais amor e harmonia em sua vida.

Toda cura é sempre uma autocura

Quando nos decidiremos?

Então é hora de pensarmos e decidirmos o que queremos em nossas vidas!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

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Dia do Médico


Se tem um povo que já senti toda espécie de sentimentos foi essa: Classe Médica!
Já odiei alguns, morri de amores por outros...
Adorava levar minha filha no consultório de um, detestava quando estava chegando o dia de ver outro...
Já passei pelo corredor do hospital e fingi que não vi só para não comprimentar, assim como já fiz questão de sair no corredor do HPP quando ouvia a voz de um possível médico que eu conhecesse...

Já recomendei alguns, assim como falei mal pra cacete de outros...
Tem médico bonito, médico que a gente diz "além de chato é horrível!!! Chata então, nem se fala...
Tem os bonitos e as bonitas... As boazinhas e as megeras... As bruxas e as rainhas!
Os ogros!!!! Esse é a estupidez em pessoa, Santo Deus... melhor nem falar o nome porque a maioria aqui conhece...
Os que me dão esperança em relação a minha filha e os FDP que conseguem me afundar mais ainda no meu poço negro, que insiste em me perseguir em algumas fases do ano...
Tem aqueles que nos encontram no centro de Curitiba, no shopping ou em qualquer outro lugar e fazem questão de parar para conversar e nos abraçar. Esses são os fofos!!!
Tem os que mando e-mail e o infeliz nem responde, tem aquele que sou tão cara de pau que peço livros emprestados...
Tem aqueles que ligo só para dar um oi, pois é tão íntimo que esqueço que é médico da família e penso que é um irmão, amigo chegadão. É que as vezes dá uma saudadinha...
E tem ainda aqueles que as vezes eu tenho vontade de mandar pra "aquele" lugar mas não posso porque é um excelente profissional e sei que não vou encontrar outro igual...
Tem ainda aquele me acudiu minha filha quando devido a um erro da enfermagem eu entrei em desespero e ele apareceu do nada, sem mesmo ela ser sua paciente, simplesmente a salvou...
Tem ginecologista querido, mas não adianta... Não tem como adorar uma consulta ginecológica. Tipo a gente vai porque tem que ir!
Hoje estou inspirada e gostaria de deixar um "xêro" para essa classe que amo e odeio ao mesmo tempo. Queria não depender de vocês, mas se tenho, saiba que procuro escolher para caminhar comigo, somente os melhores!- Feliz dia do Médico!!!
Dr. paulo Liberalesso, Dr. Luis Eduardo Munhoz da Rocha, Dr. Fabiano, Dr. Ivan, Dra Karin, Dra. Elise Zimmermann. os médicos do Home Care, Dr. Rodrigo Bruel e toda a equipe do Hospital Pequeno Principe!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

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Meu bebê, minha menina, minha mocinha...

Foram poucas as vezes que escrevi aqui no blog com o coração apertado, deprimida e uma vontade de chorar...
Hoje foi um desses dias.
Acordei cedo e fui até o quarto da Camila, começando por alí, como sempre a correria da manhã.
Preparei a dieta, dei bom dia, um beijo e um cheiro nela e fui para a fralda.
Meu Deus!!!!
O grande dia chegou... minha filha virou mocinha!
Tremi, me assustei, quase chorei. Na verdade o nó do choro ainda está aqui intalado.
Acordei meu marido para falar pra ele que agora temos uma mocinha em casa.
Fiquei mal o dia inteiro com a novidade, mesmo sabendo que esse dia chegaria. É uma sensação tão estranha...
Segunda-feira ela já tem consulta com uma endócrino e com certeza vou pedir para fazer o bloqueio.
Hoje nem estou tão inspirada para os textos longos que costumo escrever.
Me perdoem, ta?
Até queria que comentassem a respeito, principalemente as mamães especiais que me seguem aqui e que já passaram pela experiência...

Suellen Mildemberg... obrigada por emprestar seus ouvidos hoje para essa amiga aqui dsesperada...
Amo vc!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

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Mulher Maravilha





Estou há um bom tempo conversando (virtualmente) com uma mãe de SP que está desesperada com o diagnóstico de Paralisia Cerebral em sua filha de 7 meses.
Ela tem passado por dias muito difíceis e em um dos e-mails que recebi dela essa semana, ela me perguntou como foi que sobrevivi a essa reviravolta na vida, quando se descobre que seu filho será “diferente”.
Putz... como responder a uma pessoa sem poder olhar em seus olhos quando se trata de um assunto tão delicado?
Como encontrar as palavras certas quando as vezes só o abraço como resposta surgiria muito mais efeito?
Como eu disse, a conversa é virtual, então tenho sempre que usar as palavras corretas...
Não vou dizer que foi fácil. Na verdade, relato isso sempre aqui, mas como a cada dia o blog tem mais leitores, as vezes temos que repetir o que já dissemos e o que já vivemos e porque não, reforçar, relembrar e reviver.



Eu fiquei gravemente abalada conforme fui tendo noção de como provavelmente a Camila seria após entender o que era Paralisia Cerebral. Ao contrário do que muitos fantasiam, não tirei de letra. Não sei o porquê, mas existe uma ideia estapafúrdia de que quem tem um filho especial tem que, pelo menos parecer herói, pelo menos a mãe, a heroína destemida.
Nãnanina não! Quem recebe uma notícia dessas não consegue ter pensamentos belos. Bem... eu não conseguia. A cobrança de positividade acabou se tornando um problema.
Me olhei várias vezes no espelho e me achava pronta para fazer figuração em qualquer filme de terror, de tão abatida, zumbisão mesmo!
O Segredo da Cabana, A casa Silenciosa, Diários de Chernobyl ou Atividade Paranormal... nestes filmes de terror, eu atuaria muito bem!
Achava que não tinha chance alguma de tirar de letra a árdua tarefa e obrigação de cuidar de uma criança deficiente.
Achava que só quem tivesse pensamentos positivos, sobreviviam a essa batalha.
Deixei de me cuidar...
O casamento também acabou, culpa de meus erros (da outra parte também) e prematuridade diante de tantas coisas novas e diferentes. Totalmente diferentes eu diria.
Na minha cabeça era esse o pensamento que reinava ... Sem chance!
O mundo moderno é incrível. Tudo é maravilhoso, não existe sofrimento! As separações são sempre amigáveis e sem lágrimas, as mães não tem mais o direito de embarangar e ficar em casa lambendo a cria. Um mês depois estão lindas, magras, com barriga sarada...
Vem cá, só eu que não moro na Disney?
Hoje percebo que precisei viver toda essa fase difícil para me tornar a pessoa que sou hoje, que não sofre tanto como no início e que hoje é muito mais confiante..
Claro que outras angústias vieram com o tempo...O medo do amanhã, o medo de não ter condições de dar o melhor e a melhor qualidade de vida para uma criança que requer tanto e tudo aquilo que vocês já sabem e que tanto compartilho aqui.
Chorei anos a fio  pelas dores de não ter realizado o sonho de ter uma filha “normal” e por não poder ter brincado de casinha com ela, com bonecas, as brincadeiras de meninas, o emprestar os sapatos para que ela colocasse os pés pequenos em meus sapatos como eu fazia com os da minha mãe quando criança. Vestir roupas da mamãe. Pegar escondido os esmaltes e as maquiagens.
Se pintar de uma forma errada, porém muito colorida. Brincar!

Me dei o direito de chorar e me descabelar quando me vi sozinha e totalmente perdida.
Só não chorei lágrimas de sangue... me dei esse direito de ser humana e me desesperar sim! A Mulher Maravilha mora na televisão.
Eu não!
A Mulher Maravilha dá aquele giro e sai linda e poderosa correndo para salvar pessoas. Se eu fizesse a mesma coisa cairia com a cara no chão e nem sei se teria forças para levantar. Choraria sem parar até morrer.
Então meu giro foi bem devagarzinho segurando na mão de minha mãe  e de meus queridos amigos e familiares.
A madrinha da Camila que infelizmente não está mais conosco, foi uma pessoa que me ajudou muito.
Sinto muita saudades dela, pela força, companhia e amizade.
Girei também amparada pela equipe médica da Camila e aos poucos foram me orientando e ensinando o melhor caminho.
Fiz muitas amizades nesses 10 anos de vida da Cá e muitas dessas amizades, são tão puras e verdadeiras que não me imagino mais vivendo sem essas amigas mães especiais.
Hoje já consigo girar sorrindo, brincando e feliz.
Nem é tão difícil ser mãe de criança especial... A gente aprende e se transforma num ser humano muito melhor.
No meu blog  virei  praticamente uma conselheira e esse giro acaba salvando a mim mesma.
Ouvi muitas vezes a respeito da seleção divina. Muitas pessoas bacanas e crianças são acometidas de doenças e deficiências todos os dias. Alguns destes, morrem!
Não sei nem o que pensar sobre isso...
Não sei se fui escolhida ou foi o acaso.
Só sei que sou muito melhor que dez anos atrás...
E essa mãe que hoje se desespera, será muito melhor daqui um tempo.
Daqui um ano? Dez como eu?
Não sei, só sei que será... e será conselheira também e vai tirar de letra.
Basta viver cada dia e cada batalha de uma vez.
O caminho se faz ao caminhar...