REFLUXO GASTROINTESTINAL
DEFINIÇÃO: 
O Refluxo é uma regurgitação não forçada do conteúdo gástrico para o 
esôfago inferior. Pode ser fisiológico e normal desde que a criança não 
apresente nenhuma sintomatologia associada e o ganho de peso seja 
normal. Fatores como freqüência e duração dos refluxos, característicos 
dos esfíncter interior do esôfago, tamponamento de clearence do material
 regurgitado, pressão intra-abdominal  podem levar um refluxo se 
patológico originando repercussões clicas significativas, principalmente
 esofagite, repercussões respiratórias e dificuldade em ganhar peso 
(GOMES 2005).
Apenas cerca de 1 em cada 300 crianças apresentam refluxos patológicos, e
 a constância muito maior, que este diagnostico vem sendo feito, 
concebem uma liberalidade de diagnóstico. A maior parte dos casos de no 
segundo ano, mas alguns continuam apresentando sintomas ate por volta de
 4 anos de idade. Raros casos prosseguem ainda mais (GOMES 2005). 
Para Gomes (2005, p. 328). As manifestações mais sugestivas são:
Regurgitações e vômitos freqüentes;
 Atraso no crescimento e dificuldade 
em ganhar peso Dor esofágica com choro freqüente-relato de que o beber 
tem cólica o tempo todo; choro freqüente com fáceis de sofrimento;  
irritabilidade, distúrbio do sono, aversão ao alimento. acordar de 
repente chorando com freqüência; na esofagite grave pode haver disfagia 
associada. Crise de engasgos (aspiração):
  Leves: crise de tosse, rápida recuperação moderada: tosse 
prolongada,"perda de fôlego" grave: engasgo grave, muita tosse, cianose e
 palidez-muito grave: crise grave com palidez, cianose e hipotonia 
seguida de palidez e sonolência prolongada. Esses episódios são 
interpretados como "quase parada" tem grande peso no diagnóstico. 
Quadros de bronquite de repetição:crise de tosse e taquipineia com ou 
sem broncoespasmo; crise de bronquite com febre; pneumonia de aspiração.
 apneia em rescem nascidos, sobre tudo em prematuros. Fatores de risco: 
hérnia de hiato, paralisia cerebral, síndrome de down, prematuros com 
displasia broncopulmonar, gastrostomia, uso de xantinas, narcóticos e 
anticolinérgicos.Sangramento esofágico: anemia precoce parecendo anemia 
ferropriva  presença de sangue nas fezes (oculto) Movimentos distônicos 
do pescoço e da cabeça (Síndrome de Sandefer: rotação do pescoço e da 
cabeça para o lado e para cima, esofagite e anemia)
O diagnóstico é basicamente clínico e na maioria das vezes é um 
diagnostico de presunção e não de certeza. Um tempo de observação junto 
com os pais basicamente leva a confirmação clinica ou afastamento do 
diagnostico em consultas consecutivas. Para isso, os pais devem ser 
alertados sobre a possibilidade de diagnostico extensivamente orientados
 quanto as manifestações da doença. Os casos leves podem ser tratados 
sem necessidades de exames confirmatórios e a resposta ao tratamento 
ajuda a afirmar ou afastar o diagnóstico (GOMES 2005).
Os exames subsidiários como o REED (estudo radiológico de 
esôfago-estomago-duodeno) e a PHmetria de 24horas são poucos sensíveis e
 poucos específicos, com muitos falsos positivos e  falsos negativos. 
Deve ser aproveitados apenas para complementar e compor diagnóstico com a
 clínica. E errado solicitar esses exames antes de qualquer sintoma 
sugestivo e deixar o diagnostico por conta destes resultados. Esta 
conduta elucida boa parte do exagero diagnóstico de refluxo que se nota 
atualmente (GOMES 2005).
PHmetria: não deve ser acatado como um padrão principal  para o 
diagnostico. O parâmetro fundamental é o percentual do tempo de 
monitorização do ph do terço médio do esôfago ficou abaixo de 4(ponto de
 corte de 5 ? 8%).detecta apenas refluxo ácidos. A phmetria permite a 
correlação entre sintomas respiratórios de apnéia, tosse, brocoespasmo e
 estridor com os episódios de refluxo (GOMES 2005).
Estudo radiológico contrastado: deve seja realizado por radiologista 
prático na avaliação por diagnostico do refluxo, pois a radioscopia 
atenta é mais importante de que as imagens registradas em filmes. O 
quantidade de contraste deve ser aproximadamente igual ao de uma 
refeição normal do beber e nenhuma manobra deve ser executada para 
forçar o aparecimento de refluxo. Mas que auxiliar no diagnóstico, o 
REED é importante para afastar outras doenças como hérnia hiatal, 
acalasia, estenose de esôfago, piloro, duodeno, mar rotação intestinal 
(GOMES 2005).
Endoscopia digestiva alta: permite o diagnostico de esofagite, estenoses
 e a sensibilidade é acrescida por exames de biopsia da mucosa esofágica
 para identificar esofagite leve por refluxo, doença esofágica 
inflamatória crônica, alérgica ou infecciosa. Esofagite significativa 
acontece em menos de 20% nos caso de RGE (GOMES 2005). 
Impedanciometria intraluminal: identifica os refluxos ácidos e não ácidos.
Cintilografia: detecta a aspiração brônquica e atraso de esvaziamentos gástricos (GOMES 2005).
 Conforme Gomes (2005, p. 329) o diagnóstico diferencial:
No diagnostico diferencial é muito importante diferenciar doenças q 
provocam vômitos repetidos da doença do refluxo em que predominam as 
regurgitações espontâneas e não forçadas. Causas de vômitos a ser 
consideradas: Infecção: enterites, infecção urinária e hidronefroge, 
sepse, hepatite. Neurológicas: meningite, encefalite, massa 
intracraniana, hidrocefalia, hematoma subdural, seqüelas de asfixia 
perinatal e paralisia cerebral e por outras causas. Metabólicas: 
buremia, aminoacidopatia, hiperplasia de supra-renal, fenilcetonuria, 
galoctosemia. Intolerância alimentar: alergia a leite de vaca/soja, 
doenças celíaca, parasitose, fibrose císticas. Obstrução intestinal: 
(vomito é bilioso, historia de polihidrâminio): estenose duodenais ou 
jejunais, na rotação, vólvulo intermitente, duplicação intestinal, 
intrussuscepção, pâncreas anular. Estenose hipertrófica do piloro: piora
 progressiva, vomito claro e em jato, perda de peso, olivapálpavel, 
peristaltismo epigástrico visível, desidratação, alcalose hipoclerêmica 
(fazer ultra-som abdominal). Toxicas: chumbo, ferro, efeito colateral de
 medicamentos e vitaminas.
    
Como tratar segundo Gomes (2005):
Posição: A criança deve ficar com a cabeceira eleva em torno de 30 a 40º
 de forma constante (24 horas) por dia. Quando deitados com cabeceira 
elevada devem permanecer em decúbito ventral.
Alimentação: É fundamental amamentar na posição correta (semi-sentado) e
 colocar para arrotar após as mamadas. Fracionar a alimentação com 
refeições menores e mais freqüentes evitando distensão gástrica.
Anti-ácidos minerais, inibidor H2 e inibidor de bomba: Estão se firmando
 como a parte mais importante do tratamento, à medida que alarga a 
decepção com os efeitos dos procinéticos. A maior parte das rotinas 
recentes aponta os inibidores H2, cimetidina, ranitidina ou famotidina 
como tratamento de primeira escolha. Podendo se escolher por usar 
antiácidos como: hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e em casos
 de esofagite grave ou refratário utilizar o omeprazol um inibidor da 
bomba de hidrogênio.
Anti-eméticos e procinéticos: como a cisaprida, domperidona, bromoprida 
ou metoclopramida, em 3 a 4 vezes ao dia, cerca de 30 minutos antes das 
refeições, diminuem os episódios de relaxamento do esfíncter e melhoram o
 esvaziamento gástrico, mas nenhum apresenta um efeito notável.
Orientar os pais o que fazer em caso de engasgos e aspirações: caso as 
criança vomite ou regurgite vire-a em seguida de lado ou bruços com 
cabeça mais baixa que o corpo. Se preciso (em caso de engasgos severos),
 coloque a criança sobre os joelhos de bruços e dê pequenos golpes 
repetidos nas costas, entre as escápulas (GOMES 2005). 
A cirurgia (fundoplicatura de Nissen ou outra técnica 180º) com ou sem 
piloroplastia: esta indicado apenas nos casos graves e refratários ao 
tratamento clínico correto com esofagite intratável, apnéias graves 
repetidas ou doença pulmonar grave. A cirurgia precisa ser atendida mais
 precocemente nos casos com paralisia cerebral e nos pacientes com 
pneumopatia crônica grave cuja semelhança com o refluxo foi bem 
documentada, na presença de hérnia de hiato ou estenose esofágica 
refratária ao tratamento endoscópio. A cirurgia por laparoscopia 
consente uma recuperação mais acelerada com bom nível de sucesso (GOMES 
2005).    
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário