“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

sábado, 7 de janeiro de 2012

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Epilepsia: Mitos e Estigmas

Por aqui as coisas andam tranquilas. Talvez por isso, não tenho entrado todos os dias. Apartir da metade do mês as coisas vão começar a ficar mais agitadas, pois vamos começar a correria com as consultas antes da cirurgia da coluna. É dispensávael comentar que ando uma pilha desde já...
Hoje o fisioterapeuta veio repor a sessão de ontem pois teve um imprevisto e não pode vir. Ele aspirou a Camila, que estava com muita secreção. Ainda não aceito essa idéia de eu mesma ter que fazer isso, além de me cortar o coração, tenho a sensação que a estou machucando. Um dia irei de tirar isso de letra.

Vou compartilhar um artigo do Dr. Paulo Liberalesso (neurologista da Camila -Hospital Pequeno Príncipe).
Adoro as conversas com ele. Além de médico, se tornou um amigo para a nossa família.
Boa leitura.
Val

Epilepsia: Derrubando Mitos e Estigmas - Blog do Dr Paulo Liberalesso

É muito comum que prematuros extremos tenham hemorragias cerebrais que vão do grau I ao IV, mais tarde voltaremos a falar a respeito. Uma das possíveis consequências pode ser a epilepsia.

Dr Paulo Liberalesso é neuropediatra, aqui de Curitiba. Esta semana ele lançou seu blog onde abordará temas da neuropediatria. Gentilmente nos disponibilizou dois livros para downolad gratuito. Sou suspeita para falar do Dr Paulo. Ele já contribui para o nosso blog e também foi quem acompanhou a Bia desde a UTI até dezembro passado, quando nos deu alta. Sua competência e conhecimento são quase que palpáveis e a forma como nos explica é incrivelmente compreensível. Este blog, com certeza, virá para somar na nossa busca por informações de fácil entendimento!

Copio aqui um trecho do post de hoje, Epilepsia: Derrubando Mitos e Estigmas. Para saber mais, acesse o link do blog, lá você encontra também uma entrevista ótima sobre Epilepsia na Infância, dada para a Tv Transamérica. http://pauloliberalesso.wordpress.com/

Epilepsia: Derrubando Mitos e Estigmas

O termo epilepsia foi criado pelos gregos, significando ipsis literi “surpresa”, uma vez que as crises epilépticas têm como característica fundamental ocorrer sempre de forma súbita e inesperada.

Embora a epilepsia seja uma doença de ocorrência mundial, independente de sexo, raça, idade e condição social, sabidamente países em desenvolvimento (como o Brasil) apresentam incidência mais alta quando comparados aos países desenvolvidos. Dados recentes apontam incidência nos Estados Unidos e alguns países da Europa ao redor de 40 a 50 casos de epilepsia em cada 100.000 habitantes por ano. Mesmo sem dados precisos, estima-se que em países com condições sócio-econômicas semelhantes as do Brasil a incidência esteja em torno de 130 a 190 casos para cada 100.000 habitantes por ano. Estes números demonstram que a epilepsia é a mais frequente de todas as doenças neurológicas crônicas graves.

Do ponto de vista social a epilepsia é considerada uma doença de grande importância por sua elevada incidência. Embora estime-se que economicamente esta doença represente significativo impacto aos doentes e ao governo, não temos dados brasileiros confiáveis sobre os custos diretos (gastos diretamente relacionados com a doença, como medicamentos, consultas médicas, gastos hospitalares) e indiretos (redução da produtividade no trabalho, diminuição na expectativa de vida, aumento de aposentadorias precoces) relacionados a esta doença.

Convivendo diariamente com pacientes, adultos e crianças, com epilepsia percebemos que o maior problema enfrentado por estas pessoas é a falta de informações de boa qualidade. Velhas e falsas crenças a respeito da origem da doença, do diagnóstico e do tratamento permanecem até os dias atuais. A seguir vamos citar algumas das mais frequentes dúvidas que ouvimos praticamente todos os dias no consultório de neurologia.

Epilepsia é uma doença transmissível?

Absolutamente não. A epilepsia é uma doença provocada por uma disfunção elétrica no cérebro, podendo decorrer de alterações genéticas ou de lesões cerebrais ocorridas em qualquer momento da vida como, por exemplo, após traumatismos cranianos graves, meningites ou tumores cerebrais.

É comum pessoas morrerem durante uma crise epiléptica?

Não, é raro que alguém morra durante uma crise epiléptica. A maior parte dos indivíduos que morre nesta circunstância não morre devido diretamente à crise e sim pelas complicações relacionadas a ela como, por exemplo, no caso de acidentes com queda de altura, atropelamento, afogamento etc. É claro que crises epilépticas muito prolongadas, particularmente aquelas com duração superior a 30 minutos, podem provocar danos cerebrais graves e irreversíveis, mas mesmo nestes casos é pouco frequente que cheguem a provocar a morte.

O que é disritmia cerebral?

Este termo foi introduzido entre as décadas de 1920 e 1930 na Europa e nos Estados Unidos como sinônimo de epilepsia, com o objetivo de evitar o uso do termo “epilepsia”, pois naquela época esta era considerada uma doença estigmatizante. Contudo, com o passar dos anos, o termo “disritmia cerebral” foi se descaracterizando e passou-se a utilizá-lo como referência a uma série de outras doenças que não a epilepsia. Atualmente, o termo “disritmia cerebral” perdeu completamente seu sentido original, não devendo mais ser utilizado.

Gardenal deve ser evitado, pois é um medicamento “muito forte”?

Não existem medicamentos para epilepsia fortes e outros fracos. Para cada tipo de crise epiléptica há um medicamento mais indicado. Quanto ao Gardenal, ele continua sendo a medicação para epilepsia mais utilizada em todo o mundo. Por ser um medicamento desenvolvido há muitos anos, suas propriedades farmacológicas e seus efeitos colaterais são bem conhecidos por todos os médicos o que aumenta muito a segurança de seu uso. Além de ser um medicamento altamente eficaz no controle das convulsões, o Gardenal tem baixo custo, o que é um fator muito importante nos países em desenvolvimento como o Brasil. Nas crianças pequenas, sobretudo naquelas com menos de 1 ano de idade, o Gardenal é, na grande maioria das vezes, o medicamento mais indicado para o tratamento das convulsões. Em crianças com crises convulsivas febris o Gardenal continua sendo a medicação antiepiléptica mais utilizada.

Pessoas com epilepsia sempre tem algum problema mental?

Não, a epilepsia não tem necessariamente associação com problemas mentais, psiquiátricos ou comprometimento da inteligência. É claro alguns indivíduos, principalmente as crianças com doenças neurológicas graves como a paralisia cerebral e malformações cerebrais extensas, podem ter associadamente epilepsia e desordens psiquiátricas, mentais e rebaixamento intelectual. Mas essa não é a regra, pois a maior parte dos indivíduos epilépticos são mentalmente normais.

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