Hoje gostaria de agradecer as orações para nosso anjo Leandro, que criou asas e partiu para um novo mundo.
Um paraíso eu diria... Onde não existe mais dor, remédios, cadeira de rodas, médicos, seringas, cirurgias... Descansou.
Onde agora é só paz e alegria ao lado de Deus.
Particularmente,
foi muito difícil pra eu poder acompanhar o velório dele ali no
Hospital Pequeno Príncipe. Aquela capela gélida, aquela tristeza no ar,
são sensações que levam dias para
desaparecer da nossa memória... Se é que desaparecem.
Teve
um momento que fiquei só eu e o Leandro naquela sala... eu o observava e
pensava tanta coisa, como por exemplo, o quanto somos HIPOTENTES!!!!
Por eles serem de Maringá, havia apenas umas 5 pessoas no velório aqui
em Curitiba. Me sentiria muito mal se não tivesse ido dar uma força para a minha amiga Leila e seu esposo.
O
Leandro tinha muito em comum com a minha Camila: ambos com 10 anos,
portadores de Paralisia Cerebral, cadeirantes, acamados, com crises
convulsivas e uma baita escoliose.
O Leandrinho foi operado pelo mesmo cirurgião que vai operar a Camila mês que vêm.
Foi difícil acompanhar a vida deles nesses 33 dias que passaram em Curitiba.
A pós cirúrgico complicou, as bactérias e fungos surgiram e a cada dia ele estava mais fraquinho...
Quando o Aleandro (pai do Leandro) me ligou pela manhã, algo já me dizia
que ele estava ligando para avisar que ele havia falecido. Não sei explicar.
Sem sombra de dúvidas, os filhos são um empréstimo Divino.
Nos
foi proporcionado o ensejo da maternidade e paternidade para que nos
dediquemos a transformar as nossas crianças em pessoas do bem e para o
futuro estarem preparados para serem cidadãos
do mundo.
Porém,
existem pais e mães muito especiais que, na sua caminhada, têm filhos
igualmente especiais. Crianças que nascem com alguma limitação,
física ou intelectual, e que necessitarão de cuidados por toda a vida.
Com certeza, essa é uma grande e inadiável chance de crescimento espiritual para nós, mães e pais.
Existem
casos em que os pais delegam para instituições especializadas o
cuidado integral com filhos portadores de necessidades especiais. Não sei como... eu não conseguiria.
Por
outro lado, existem bons exemplos, em que pais e mães, muitas vezes,
mesmo sem ter as condições físicas e financeiras adequadas, movem o
mundo para oferecer o melhor em termos de tratamentos de saúde e
conforto para seus filhos.
Qualquer obstáculo se torna pequeno quando o objetivo é promover o desenvolvimento e o estímulo de suas crianças.
Vibramos
com cada pequena conquista. Cada sorriso, cada novo movimento
aprendido, por menor que seja, é motivo de grande alegria.
Vamos olhar para cada criança especial, com todo o amor que possamos ter em nossos
corações, e tenhamos a certeza de que se ela está no seio da
nossa família, em nosso lar, não é por acaso.
Que
possamos abrir as janelas do coração e olharmos lá dentro para ver como
as pequeninas gotas de chuva encontram o sol, formando um arco-íris.
Olhemos
para essas crianças como gotas frescas de orvalho repousando nas
folhas, presentes do céu, esticando e virando, escorregando e caindo,
como pérolas delicadas.
Não deixemos que se percam essas pequenas estrelas na Terra.
Assim
como o brilho do sol em um dia de inverno banha o jardim dourado, elas
afugentam as trevas dos nossos corações e aquecem o nosso ser.
São
como um bom sono onde os sonhos flutuam, como fonte de cores ou
borboletas sobre as flores, doces anjos, mostrando-nos que o amor se
basta.
Elas são ondas de esperança, são a aurora dos sonhos e eterna alegria.
Elas
são a chama que dispersa o temor, como a fragrância de um pomar que
preenche os ares, como um caleidoscópio e suas miríades de cores, como
flores crescendo em direção ao sol. Como notas de flauta em uma quieta
floresta.
Elas são o sopro de ar fresco, o ritmo e música da vida.
São como a vida que pulsa, como botões destinados a florir.
Sonham acordadas, com os olhos abertos. Perto das nuvens fica seu mundo.
Existem tantos anjos nesse momento sonhando acordados, pisando, tropeçando, não estão sozinhas...
Só querem ter mil asas para voar, para explorar os vastos ares e então flutuar como um pássaro...
Adriana Trofino e Lísia Flores.
Obrigada por vocês duas também estarem com eles nesse momento.
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