Quem cuida do seu filho?

O fato de escrever no blog, atualizar as postagens e dar noticias de como a Cá está, além de trocar experiencias com outras mães (e alguns pais) que nos seguem por aqui, acaba sendo uma terapia pra mim.

Sou uma pessoa que precisa conversar! Preciso falar, botar pra fora o que está me angustiando e acabo tendo o blog como fuga, uma vez que adoro escrever e me sinto muito melhor depois de esvaziar a cachola e transformas os pensamentos em palavras.

E hoje, não foi diferente... ou melhor, foi sim!

Estava pensando sobre o que escrever na postagem de hoje, mas não gostaria de ser um assunto repetido. Na verdade, acho até que é impossível serem postagens repetidas, pois o público não tem sido o mesmo há um bom tempo. Existe uma rotatividade! Varias familias recebem o diagnóstico de algum tipo de deficiência do filho e algumas pessoas acabam nos encontrando por aqui quando fazem pesquisas no início da bartalha. Tem ainda as familias que buscam amigos novos e nos encontram também.

No blog, tenho recebido a visita de muitas pessoas novas (graças a Deus), sendo de muitas familias que vivem a mesma situação que eu, outros sendo profissionais, alguns por curiosidade, outros ainda porque gostam da forma que escrevo...

Tem ainda os amigos que sempre dão uma passadinha para saber como estamos!

E conferindo hoje o publico que nos lê, fiquei surpresa: Estados Unidos, Portugal, Argentina, França, Suiça, Alemanha, Canadá , Japão...

Mas a postagem de hoje, é algo que me intriga!

Me trinca os ossos, para ser mais sincera... e tenho certeza que em todos os cantos desse mundo, onde existem mães que tem as mesma dúvidas e interrogações que vou descrever aqui hoje...

O fato de ter que trabalhar fora e ter que deixar o filho especial com outra pessoa, seja ela parente, babá, cuidadora ou enfermeira.

Acho que nunca escrevi aqui sobre isso e nem sobre tortura vou escrever o que realmente, lá no fundo penso sobre o fato de ter que deixar a minha filha nas mãos de outra pessoa, que não seja eu mesma.

Fico as vezes pensando se a todas as babás que a Cá já teve, lhe deram amor de verdade, cuidado e a atenção que ela precisa.

Sei que algumas até lêem o blog, mas aqui não dou indireta para ninguém, apenas uso para desabafar e expressar o que penso.

Tudo o que um dia tive que dizer a cada uma eu disse e o que terei a dizer, vou falar com certeza. Algumas sairam por que quiseram, por terem outros objetivos e a amizade continuou, tanto é que até a visitam, assim como outras, infelizmente eu tive que sair com elas por não terem o dom de cuidar/amar/zelar.

Mas voltando ao assunto sobre dar “amor de verdade”, me peguei pensando ha vários dias sobre como as coisas acontecem na minha casa durante o período em que não estão sob meu olhar...

Sabe aquela pulguinha que aparece atrás da orelha?

Não gosto desse termo, mas aquela figura do diabinho falando alí no seu ouvido?

É bem assim que tem acontecido...

E começo a me perguntar:

Como são os cuidados na hora da higiene? Na troca da fralda?

É passada uma pomada de prevenção de assaduras como eu faço?

E as mãos? Será que são higienizadas?

A dieta? É dado no horário certo? Na quantidade certa?

A mudança de decúbito... é feita? De quanto em quanto tempo? Sim! Tem que ser feito para previnir escaras, úlceras de pressão...

O cabelo é penteado ou só amarrado, assim de qualquer jeito?

A escovação dos dentes... é com carinho e devagar ou de forma brusca?

É utilizado luvas como eu a treinei?

O colocar na cadeira de rodas, o retirar e recolocar na cama... como será que é?

A fralda com xixi. É trocada com que frequência?

O movimentar na cama, é brusco ou delicado?

A água entre uma dieta ou outra, é administrada?

A babá/cuidadora/parente sei lá, é atenta ou dorme no seu sofá nas suas costas e deixa a criança s “Deus dará” isolada no quarto?

Tem noção de atendimento numa emergência?

Sabe o que é uma crise convulsiva?

Quando ligo para casa e pergunto “Ta tudo bem por aí”, está tudo bem MESMO?

E na hora da crise do choro, sabe distinguir se é birra, mãnha ou dor?

E naquela hora do tal do “cocozão”... a pessoa tem nojo ou encara numa boa?

É que mãe não tem nem um tiquinho de nojo...

Mãe não dorme a noite para cuidar do filho quando ele não está bem.

Mãe é a cuidadora perfeita, a expressão do amor incondicional...

Mãe nãos e importa em passar frio/sono/fome, desde que a cria esteja bem.

Mãe tira da própria boca para dar aos filhos.

Mãe chora quando o filho está com dor, doente, triste...

E esses questionamentos acabam incomodam quando vêm com frequência.

Seria um sinal, um alerta de Deus?

Estou um tanto triste hoje e um pouco decepcionada com histórias que ficamos sabendo de crianças que não são bem cuidadas por aqueles que deveriam cuidar, proteger e amar...

Desculpem o desabafo.

Val