“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

terça-feira, 21 de agosto de 2012

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A fada azul

Ontem tivemos um dia bem tranquilo por aqui, apesar de ainda estarmos no hospital.
Camila continua com os antibóticos e talvez vamos embora amanhã. Talvez!
Não vou ficar contando com o ovo "na galinha", mas confesso que estou ansiosa.
Nosso quarto fica bem em frente a rua Desembargador Motta, em Curitiba e os carros não param um só instante...
Não sei o que é pior... de dia ou a noite.
Poxa... os motoqueiros e a moçada que curte a noite, um som alto nocarro e baderna, poderiam pelo menos respeitar né?
Afinal, é um hospital, pô!
Estou com raiva até de um tal sabiá que fica toda santa madrugada cantando bem na frente da minha janela.
Acordo e não durmo mais.
É isso mesmo... Eu odeio ficar sem dormir... Odeio e assino embaixo. E odeio com todas as forças, com todas as letras, em capslock, de trás para frente, em inglês ou latim. EU ODEIO!!!

Mas ainda bem que o dia amanhece e Deus até aqui nunca se esqueceu de me acordar, mesmo quando durmo tão pouco... E o dia amanhece, as coisas se renovam, pessoas novas aparecem e a vida continua... As coisas melhoram e você acaba se acostumando com o sabiá.

E hoje eu acordei muito, mas muito pensativa na minha vida lá fora, na minha casa, no meu trabalho e na minha família.
E lembrando dela, pensei no Manu, meu filho de 4 anos, mas com a inteligência e simpatia de se orgulhar sem exageros... estou morrendo de saudade das brincadeiras que fazemos a noite no tapete da sala.
E pensando no polaquinho, lembrei que ele sempre me fala do Gepetto, quando descobe que alguém está mentindo pra ele. E fica bravo e enrruga a testa se isso acontece.
E foi pensando nele que me inspirei a escrever hoje...


Diz o Geppetto:
"Eu queria tanto que este boneco de madeira fosse um menino de verdade! Eu queria que ele andasse, que ele falasse, que ele pudesse estudar!"

Então a fada azul lhe dá vida animada e uma consciência atrasada. O grilo falante nunca está presente no momento da peraltice do boneco, sempre chega um pouco depois da gafe feita. Assim como a nossa consciência que nos dá ordem e disciplina, mas muitas vezes, momentos, dias ou anos depois.

E então Pinocchio encontra seu criador e diz:
"Veja papai agora eu sou um menino de verdade!" E enfatiza: "Eu posso andar, posso correr, posso falar e até estudar!"

Lá no meio da platéia do teatro infantil, penso comigo mesmo: "A fada azul parece não ter me encontrado ainda..." Mas mesmo que com a consciência atrasada, continuo buscando qualquer 'luzinha' que possa transformar os meus bonecos em meninos de verdade...


2 comentários:

  1. Lindo seu blog, muito esclarecedor p/ os pais de Pczinhos, ajudam-se por troca de experiencias. Também tive uma filha com PC, ,mas já não está mais nesse mundo. Mimha linda e amada filha que me fez ver a vida c outro panorama, ser mais humana e justa e amar incondicionalmente!. Prazer em conhecer seu blog!

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  2. Obrigada Ziza pelo seu comentário. Fiquei muito feliz!!!
    Seja bem vinda.
    Bj
    Valéria

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