“É no campo da vida que se esconde um tesouro.

Vale mais que o ouro, mais que a prata que brilha.

É presente de Deus, é o céu já aqui, o amor mora ali e se chama família.”

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

8

Essa vaga não é sua nem por um minuto!

Amigos leitores do meu blog. A postagem de hoje eu quero dedicar a duas pessoas muito especiais: Gislaine Cristina e Mirella Prosdócimo.
A Gi, é amiga chegada, mais que mana mesmo!
A Mirella... sem comentários! Uma pessoa ESPETACULAR que um dia PROMETO escrever um post só sobre ela.
Só dando uma palhinha, ela sofreu um acidente aos 17 anos, quando voltava da praia, alí (para quem é de Curitiba) no viaduto da Sanepar.
Hoje ela é tetraplégica!
Mas, como disse acima, vou fazer um post só sobre a história e o projeto dela, que inclusive leva o nome da postagem de hoje "ESSA VAGA NÃO É SUA NEM POR UM MINUTO".

Vamos seguir em frente, né?
Fiquei tão feliz com a repercussão da postagem de ontem, com os comentários “dazamigas”. Nossa! É muito legal você saber que alguém te lê e compartilha das suas lutas e conquistas.
Obrigada mesmo gente pelo carinho.
E podem ter certeza que vou encher a bola do maridão e contar pra ele tudo o que escreveram, ok?
Sabe que nem sei se ele lê o blog?
Sei que ele comenta com muita gente, porque já me falou, mas ler, não sei...

E em meio a alegria em estar lendo todos os comentários dessa postagem, hoje já cedo,  bate uma vontade desesperadora de ligar para uma das 6 melhores amigas... Gislaine Cristina, mãe da Mariana, portadora de Mielomeningocele.

- Oi Gi, tudo bem? Tô morrendo de saudade de vcs. (datalhe... nos falamos há menos de 48 horas). Como estão as meninas? O Anderson?
- Oi Val... tudo bem por aqui. Estamos bem. E vocês? Camilinha?
- Ah... estamos bem também...

Mais 5 minutos de conversa, heis que ela se abre... (sabia que minha intuição, pedindo pra ligar pra amiga, não iria me enganar.)

- Val... ontem quase bati numa vagabunda mulher.
- Sériooooooooo???? Porque não me chamou?Há! (Risos)

-Val... fui no mercado Jacmomar (eu não disse o nome do mercado, ta gente?)e um taxi parou na vaga preferencial. Eu com a Mariana e minha mãe no carro. Dei uma buzinadinha só perguntando se o taxista iria demorar para desocupar a vaga. Dentro, vejo uma mulher resmungando alguma coisa. Desci e fui até o carro.
A infeliz me olha e diz que não tinha a necessidade de buzinar e eu disse que sim, pois minha filha é cadeirante e preciso dessa vaga.
A lazarenta da mulher, sai do carro e diz assim ‘depois não sabe o porque Deus castiga’.
Minha vontade foi de meter a mão na cara da mulher. Fiz o maior escândalo mas a infeliz foi pra dentro do mercado, com ar de dedém como se nada tivesse acontecido.
Olhei para o taxista e falei pra ele que aquela vaga não era dele pois não tinha nenhum cadeirante. O cara ainda saiu gralhando.

-Não acreditoooooo! Logo pra mim, Valéria, você vem e me fala uma coisa dessa? Porque que eu não estava junto, MEU DEUS DO CÉU!!!!!!!!!
Cara..., por Deus, eu sentava a mão, sentava mesmo,com gosto!!!! Chamava a polícia, faria o escarcéu ... me arrepia só em pensar o escândalo que eu iria fazer.

Isso é tão, mas tão revoltante, tão inaceitável... Tão surreal!
Não acredito que ainda existam pessoas assim, tão preconceituosas.
Peço a Deus que sempre me livre dessas situações, pois não tenho sangue de barata (não que a amiga Gi tenha, por favor) mas eu certamente desceria do salto...
Que me livre de ver situações como essa, desrespeito total.
Será que um dia as pessoas tomarão conciência e deixarão de respeitar coisas desse tipo?
Sim... desse tipo!
Penso eu aqui... uma pessoa que não respeita uma vaga de cadeirantes, não respeita o próprio deficiente fisico, vai respeitar quem na vida?
As pessoas deveriam assumir que a deficiencia está mais próxima do que se imagina e que qualquer um de nós pode estar nessa condição amanhã.
Como diz o Padre Quevedo:  isso non ecziste...
Não creio que isso exista... Prefiro fazer deboche de uma pessoa assim, para não tem uma crise de  enxaqueca de raiva de uma mulher dessa...

E tendo essa situação para compartilhar hoje aqui no blog,  me veio a lembrança um  texto que recebi um tempo atrás por e-mail e gostaria muito de compartilhar com vocês...
É de dar risada em algumas frases mas também é assunto MEGA sério! Risadas depois de ficar com muita raiva!

Divirtam-se!
 





 
Ser cadeirante é ter o poder de emudecer as pessoas quando você passa.
Ser cadeirante é não conseguir passar despercebido, mesmo quando você quer sumir! E ser completamente ignorado quando existe um andante ao seu lado. E isso não faz sentido, as pernas e os braços podem não estar funcionando bem, mas o resto está!
Ser cadeirante é amar elevadores e rampas e detestar escadas… Tapetes? Só se forem voadores, por favor! Ser cadeirante é andar de ônibus e se sentir como um “Power Ranger” a diferença é que você chega ao ponto e diz: “é hora de MOFAR”.
Ser cadeirante é ter alguém falando com você como se você fosse criança, mesmo que você já tenha mais de duas décadas.
Ser cadeirante é despertar uma cordialidade súbita e estabanada em algumas pessoas. É engraçado, mas a gente não ri, porque é bom saber que ao menos existem pessoas tentando nos tratar como iguais e uma hora eles aprendem!
Ser cadeirante é conquistar o grande amor da sua vida e deixar as pessoas impressionadas… E depois ficar impressionado por não entender o porquê do espanto.
Ser cadeirante é ter uma veia cômica exacerbada. É fato, só com muito bom humor pra tocar a vida, as rodas e o povo sem noção que aparece no caminho.
Ser cadeirante e ficar grávida é ter a certeza de ouvir: “Como isso aconteceu?” Foi a cegonha, eu não tenho dúvidas! Os pés de repolho não são acessíveis!
Ser cadeirante é ter repelente a falsidade. Amigos falsos e cadeiras são como objetos de mesma polaridade se repelem automaticamente.
Ser cadeirante é ser empurrado por ai mesmo quando você queria ficar parado. É saber como se sentem os carrinhos de supermercado!
Ser cadeirante é encarar o absurdo de gente sem noção que acha que porque já estamos sentados podemos esperar, mesmo!
Ser cadeirante é uma vez na vida desejar furar os quatro pneus e o step de quem desrespeita as vagas preferenciais.
Ser cadeirante é se sentir uma ilha na sessão de cinema… Porque os espaços reservados geralmente são um tablado ou na turma do gargarejo e com uma distancia mais que segura pra que você não entre em contato com os outros andantes, mesmo que um deles seja seu cônjuge!
Ser cadeirante é a certeza de conhecer todos os cantinhos. Porque Deus do céu, todo mundo quer arrumar um cantinho para nós?
Ser cadeirante é ter que comprar roupas no “olhômetro” porque na maioria das lojas as cadeiras não entram nos provadores.
 Ser cadeirante é viver e conviver com o fantasma das infecções urinárias. E desconfio seriamente que a falta de banheiros adaptados contribua para isso.
Ser cadeirante é se sentir o próprio guarda volumes ambulante em passeios pelo shopping.
Ser cadeirante é curtir handbike, surf, basquete e outras coisas que deixam os andantes sedentários morrendo de inveja.
Ser cadeirante é dançar maravilhosamente, com entusiasmo e colocar alguns “pés-de- valsa” no bolso…
Ser cadeirante é ter um colinho sempre a postos para a pessoa amada… E isso é uma grannndeeee vantagem! Ser cadeirante (e mulher) é encarar o desafio de adaptar a moda pra conseguir ficar confortável além de mais bonita.
Ser cadeirante é se virar nos trinta pra não sobrar mês no fim do dinheiro, porque a conta básica de tudo que um cadeirante precisa… Ai… Ai… Ai… Essa merece ser chamada de Dolorosa.
Ser cadeirante é deixar um montão de médicos com cara de: “e agora o que eu faço” quando você entra pela porta do consultório… Algumas vezes é impossível entrar, a cadeira trava na porta…
Ser cadeirante é olhar um corrimão ou um canteiro no meio de uma rampa, ou se deparar com rampas que acabam em um degrau de escada e se perguntar: Onde estudou a criatura que projetou isso? Será mesmo que estudou?
Ser cadeirante é ter vontade de grudar alguns políticos em uma cadeira por um dia e fazer com que eles possam testar os lugares que enchem a boca pra chamar de acessíveis…
Ser cadeirante é ir à praia mesmo sabendo que cadeiras + areia + maresia não são uma boa combinação!
Ser cadeirante é sentir ao menos uma vez na vida vontade de sentar no chão e jogar a cadeira na cabeça de outro ser humano.

8 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá..
      Meu pai é portador de Esclerose Múltipla (EM)003, a EM é uma doença que atinge o sistema nervoso central, degenerativa autoimune, sem causas conhecidas e sem cura até o momento.

      Todos os tratamentos ministrados desde então, são em busca da manutenção do estado de saúde, contudo, a medicação existente no Brasil hoje não da conta do tratamento.

      Recentemente, um laboratório nos EUA o Biogen Idec, lançou uma medicação Fampyra (http://www.biogenidec.com/therapies_fampyra.aspx?ID=9793), que vem apresentado um excelente resultado nos casos de EM, nos três meses em que ministramos o tratamento, tivemos significativas melhoras no quadro de saúde.


      Contudo,este medicamento somente é liberado pela comercialização nos EUA e recentemente nos países da Europa. O custo da medicação e muito alta e recentemente o poder judiciário afastou a obrigação do estado em fornecer a medicação em função da inexistência do registro da Anvisa.

      Por isto, estamos mobilizando um abaixo assinado para que se regularize esta situação o mais rápido possível, para que não só o meu pai, mas para que muitas outras pessoas que estão dependendo desta medicação possam ter um tratamento digno e uma melhor qualidade de vida, já que não há cura para a EM.


      O documento está disponível no link abaixo:

      http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N29736

      Desde já agradeço.


      Ana Nicolay

      Excluir
  2. É amiga tem horas que só Deus mesmo pra segurar a nossa mão!E sempre pedir que Deus nos de muita paciencia porque se der força eu arrebento qualquer um que cruzar nosso caminho.

    ResponderExcluir
  3. oi val, tudo bem querida?

    sabe amiga, eu fico indignada com o tamanho de ignorantes que ainda existem por aí....são pessoas desprezíveis, dignas de pena...a única coisa que podemos fazer é orar por elas e pedir pra Deus tocar seus corações.


    Agora, em plena época de eleição, onde estão os políticos para tratarem dessa questão????
    Digo, não apenas do descaso por parte da população, mas por tudo o mais que existe por aí, Brasil afora. São tantos preconceitos ainda. Tanta gente estúpdia e pequena. Cadé a inclusão social??? O amor ao próximo???? O "somos todos iguais", "temos os mesmos direitos"????
    As pessoas não se respeitam, não dão a mínima...nem uma simples vaga para especiais!!!!
    É o cúmulo!!!!!! Nem sei o que mais pensar...as pessoas são as vezes iracionais, frias, e chegam ao seu limite de insensatez...

    Bem, o pecado é delas....e que pecado meu Deus....

    obs: amiga "roubei" sua mensagem e postei la no blog da Gi hehehe

    beijos pra vc e pra camilinha

    fiquem com Deus

    ResponderExcluir
  4. oi amiga, é bom desabafar, por pra fora esse tipo de coisa, que infelizmente ocorre tds os dias, com mts pessoas, vivemos num mundo onde ningúém tem paciência, vivem correndo, com pressa, estressados,país do (jeitinho), pessoas egoístas, que pensam só em si mesmo, que acham que sempre sabem tudo, e tem sempre razão e se dizem normais.....elas sim são deficientes COM CERTEZA, deficientes de paz, amor, compreensão, dedicação, humildade, preconceito e mts outras coisas....as pessoas só dão valor pras coisas depois que perdem, infelizmente é sempre asssim...queria ver se elas tivessem uma pessoa especial em casa, ou se ficassem junto com uma pessoal especial um dia só, se elas não agiriam e pensariam de outra maneira. As pessoas nunca estão satisfeitas, em vez de se acharem o máximo, deveriam agardecer a DEUS tds os dias por ter saúde, ser perfeitas, nunca estão realizados, em vez de só reclamar da vida.BJS a tds, LENICE

    ResponderExcluir
  5. Nossa isso é realmente uma p..... falta de consciencia,esses dias aconteceu comigo em frente a APAE um bonito parou o carro bem em cima da rampa.Precisei de ajuda para passar com a cadeira pois a calçada tambem estava cheia de areia foi um sacrificio.

    ResponderExcluir